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Textos diários

por Luís Naves, em 01.01.23

Um ditado diz que tudo, não importa o quê, pode tornar-se "tão incerto como o jantar do cão". Vivemos nesse género de época. Por isso, devia fazer sentido reunir pequenos textos sobre o quotidiano, numa espécie de blogue para a gaveta. Não tenho leitores, o que fica aqui não é jornalismo nem leituras, embora resulte talvez numa reflexão sobre o quotidiano. O que hoje for escrito ganhará amanhã um significado inesperado. Talvez queira levar em consideração um pedaço de sabedoria popular, lido algures, sobre o "ressentimento ser igual a engolir veneno e esperar que a outra pessoa morra". Os rancores paralisam e a preguiça mata. Escrever tem de ser uma profissão sem distrações, o exercício diário e livre de alguém que, enquanto remar, continua vivo, mesmo que esteja perto de perder o fôlego, mesmo que a sua memória tenha já ultrapassado o estado incandescente do ferro em brasa e, dessa forma, seja ainda mais difícil moldar o que se deve dizer. E seguir a ideia de André Gide no diário, “jornalismo é tudo o que for menos interessante amanhã do que hoje”. Por isso, aqui, não tenciono fazer jornalismo.

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publicado às 12:45



Autores

João Villalobos e Luís Naves