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Teoria insuficiente

por Luís Naves, em 11.12.24

A teoria da guerra das civilizações não explica a atual mudança no mundo. A Rússia é tão europeia como a Ucrânia; a crise política da Coreia do Sul tem na sua origem um partido nacionalista de oposição que contesta o comando americano das forças militares coreanas; os islamitas da Síria são apoiados por americanos, turcos e israelitas e derrubaram um regime nacionalista árabe secular e ocidentalizado, que tinha apoio do Irão. Um quinto do planeta é constituído por nações falhadas, em vários continentes, idênticas na desgraça, sobretudo pela exploração implacável dos seus recursos. A teoria de que existe um choque de civilizações é útil para disfarçar os conflitos entre impérios, que não são diferentes das rivalidades que existiram na primeira fase da civilização global. As potências modernas querem uma ordem mundial estável, terão de organizar zonas de influência. O conflito do futuro será económico, pelo domínio de tecnologias e dos minerais do patamar mais elevado de uso de energia. Terá vantagem o país que controlar a inteligência artificial e assegurar os recursos para a energia que esta gasta.

publicado às 13:09



Autores

João Villalobos e Luís Naves