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Pedaços do mundo e grãos de areia
Muito do que se está a passar na política internacional pode ser explicado pela procura de recursos minerais e de fontes de energia. As potências querem assegurar o seu domínio sobre reservas de matérias-primas e, para muitos países, isso pode constituir uma maldição. Entre os motivos da guerra da Ucrânia encontra-se o controlo de minerais críticos, sobretudo no Donbass, onde decorrem os combates mais violentos. Na semana passada, uma mina de lítio foi conquistada pelos russos. As indústrias militares ocidentais terão dificuldade em obter titânio (o do nosso lado é processado em Zaporijia e no Canadá). A Gronelândia, para citar outro exemplo, tem vastos recursos naturais, de grafite e urânio, além de terras raras (minerais que não são necessariamente raros, mas vitais para a transição energética). A Europa tem um interesse elevado na Ucrânia por causa da geologia (alumínio, lítio, urânio, ferro), entre outros, algumas terras raras, como berílio ou zircónio. Aquele país tem solos agrícolas ricos que garantem a autonomia alimentar da UE por séculos, também haverá acesso a combustíveis fósseis, enfim, talvez o altruísmo tenha algum papel nestes interesses.