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Orwellianos

por Luís Naves, em 09.02.25

Um dos argumentos mais pobres dos defensores da guerra é a ideia de que negociar a paz na Ucrânia será uma capitulação semelhante à de Munique, em 1938. Tudo se reduz à analogia hitleriana. Estas pessoas pensam que é preciso continuar a combater a Rússia, embora nunca concluam que a Ucrânia não tem capacidade para vencer, o que só aconteceria se houvesse tropas ocidentais no campo de batalha. Moscovo diz que atacará imediatamente estas forças. Querem enviar soldados? Os americanos já disseram que não, o que leva à pergunta inevitável: quem o irá fazer, sabendo que isso provocará a III Guerra Mundial sem proteção americana? A que se deve esta alucinação? Manter o conflito, mas apenas se houver desgraçados de outro país dispostos a morrer? Não aceitar a neutralidade da Ucrânia nem reconhecer os erros de estratégia que criaram esta trapalhada, levando todo o planeta ao holocausto nuclear? Deve existir um motivo racional para estes delírios, mas não se vislumbra. O heroísmo retórico considera putinismo defender um cessar-fogo e o rótulo até se aplica ao Vaticano. Se houver paz, haverá guerra, dizem estes orwellianos bloqueados no absurdo.

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publicado às 12:35



Autores

João Villalobos e Luís Naves