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Pedaços do mundo e grãos de areia
A moção de confiança no futuro é rejeitada. A nossa democracia atravessa uma crise grave, pois os partidos não se renovam. Estas instituições estão cada vez mais reféns de grupos de autarcas, gestores, grandes grupos económicos, entre outros, os quais colonizaram a política e o Estado. São sempre as mesmas pessoas a dizerem as mesmas coisas a uma comunicação social domesticada. Nada mudará sem reformas, mas a classe instalada no poder tudo fará para que o pântano se mantenha. Teremos a sensação de que os novos governos repetem os anteriores e as verdadeiras elites do país nunca serão escutadas. A moção de confiança no futuro também chumba por causa das mudanças no mundo. A hegemonia americana termina e o Ocidente está a fragmentar-se. Teremos um sistema de três potências (EUA, Rússia, china) e, nesse contexto, a Europa será pouco influente. Ninguém aguenta as lições de moral, a burocracia na bolha e a retórica vazia. Se até agora foram vassalos da América, os fidalgos europeus tentam uma última bravata contra a Rússia, mas só ouvem o eco das suas vozes a bramar no vazio. Terão de aceitar a paz na Ucrânia, mas ditada por americanos e russos.