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Mal maior

por Luís Naves, em 30.10.17

A Catalunha é apenas um exemplo de um mal maior que está a tomar conta do mundo. A Europa continua a partir-se em micro conflitos sem motivo aparente, envolvendo o desejo de novas fronteiras, a atracção do abismo, a recusa da solidariedade, o fosso crescente entre ricos e pobres, o abandono dos perdedores à sua sorte, a desertificação humana de regiões inteiras, a redução da voz dos países mais pequenos e a contestação à distribuição da riqueza. Duas regiões do norte de Itália votaram (de forma legal e livre) a favor de mais autonomia: muito em resumo pretendem reduzir o dinheiro que pagam para o Sul, com o argumento de que essa parte de Itália, fortemente dominada pela máfia, é subsidiada há 70 anos sem resultados visíveis (subsidiada não apenas pela Itália do Norte, mas também pela Europa rica). Outro exemplo: entre as numerosas contradições europeias, está sem dúvida a arrogância das elites não eleitas de Bruxelas, para quem os eleitores são uma chatice e um obstáculo à ideia pura do federalismo. Os eurocratas estão a provocar uma reacção de desconfiança das populações, geralmente pouco interessadas nos delírios unificadores da organização supranacional.

publicado às 21:45



Autores

João Villalobos e Luís Naves