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Pedaços do mundo e grãos de areia
Entre os meus trinta anos e os meus quarenta, parece-me agora, o tempo fluiu com monotonia e numa espécie de preguiça menos memorável do que outras fases da minha vida. Devia ter sido o apogeu dos meus dias, mas foi simplesmente uma época difusa. O país mudara muito e as pessoas muito pouco. A esta distância é fácil perceber o que fizemos mal, mas talvez seja injusto culpar a política ou a indolência pelo adormecimento temporário da nação e das pessoas. Aquela época foi apenas assim, a ponte para um mundo novo, a transição que tínhamos de atravessar, só não sabíamos que sob os nossos pés se estendia um abismo assim tão vazio.