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Decadência do Ocidente

por Luís Naves, em 28.11.22

A decadência do Ocidente é um elemento óbvio da paisagem. Existe um mal-estar geral e é impossível não reparar nele. As pessoas de cada época têm dificuldade em compreender o motivo das coisas se degradarem depressa, mas fazendo comparações com o seu tempo de juventude, cada observador percebe se o mundo vai colina abaixo ou que se caminha para algum futuro decente. Não é necessário ser cínico: o contraste mostra o declínio. Em 1989, foi fácil sonhar com um mundo melhor, havia esperança, a liberdade era real. Houve depois décadas de prosperidade que dificilmente serão repetidas. Hoje, proliferam minorias agressivas que, em muitos assuntos, tentam diminuir a liberdade de expressão da maioria; os partidos políticos estão em falência ideológica, incapazes de selecionar líderes competentes; a política é medíocre, as discussões centram-se em banalidades, a racionalidade foi posta de lado. Vivemos na instabilidade, somos governados por burocratas sem ideias, a sociedade já não conta, mas qualquer protesto é descartado. Existe no Ocidente uma crise migratória e outra crise energética impostas por interesses onde convergem grupos minoritários, rentistas gananciosos e burocracias não-eleitas. O retrocesso da religião e da demografia é irreversível. A condescendência do poder está por todo o lado e quem lhe resistir perde o emprego, ou é removido do espaço público. A democracia contemporânea despreza os eleitores e os políticos ignoram o povo; os meios de comunicação indignam-se com a própria opinião pública, de que se envergonham todos os dias.

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publicado às 13:40



Autores

João Villalobos e Luís Naves