Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Pedaços do mundo e grãos de areia
Os esforços de paz têm obstáculos. Dirigentes europeus e ucranianos tentam adiar a conclusão da guerra na Ucrânia e, se no caso ucraniano isso se pode compreender, nos europeus parece pura estupidez. A retórica bélica da Europa incentiva Kiev a evitar compromissos. Os russos desconfiam do Ocidente, desprezam a UE e sabem que o próximo presidente americano pode ser hostil ao entendimento que está a ser negociado, daí que Moscovo queira um tratado sem ambiguidades, que vincule os americanos por décadas. Os meios de comunicação renderam-se à visão belicista e querem continuar o conflito, usando argumentos absurdos, como a analogia de Munique 38. Não se percebe a intenção de quem se opõe à paz, pois boicotar o acordo entre Rússia e EUA prolonga a agonia da Ucrânia. Líderes que enfrentam dificuldades nos seus países (Starmer ou Macron), apoiados por burocratas não-eleitos, resistem à ideia de fim da guerra, mas arriscam-se a provocar a aceleração das divisões internas na Europa. Isto já não é um jogo entre nacionalistas e globalistas, nunca foi um confronto entre democratas e autocratas, é bem mais complicado, são as elites desesperadas a perderem o controlo da narrativa.