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Pedaços do mundo e grãos de areia
O primeiro sinal de alarme surgiu numa sexta-feira antes das férias, quando um funcionário de escalão menos influente descobriu a irregularidade nas contas. A informação foi subindo na hierarquia, com a lentidão própria de uma instituição com cem milhões de anos, pouco habituada a mudanças e ainda menos a uma má notícia. De reunião em reunião, enquanto o escândalo subia de patamar, estabeleceu-se grande perplexidade e certa apatia, pois nenhum responsável, nem sequer entre os mais graduados, sabia como lidar com o problema.
"Ouvi o que me acabou de explicar, mas não entendo", disse o funcionário de elite, que tinha acabado de saber do grande problema.
O subordinado insistiu: "Correndo o risco de me repetir, não há almas suficientes".
Este diálogo repetiu-se com pequenas modificações, enquanto o vendaval ia subindo na hierarquia, até chegar ao diretor, que era mais ou menos o topo, se é que isso existia naquele lugar.