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O Esplendoroso Declínio (5)

por Luís Naves, em 06.09.13

A nova geometria

Ainda antes de 1989, os países mais fortes da CEE tinham começado a acelerar a integração, criando um projecto de mercado comum e lançando as bases da futura moeda única. Ao mesmo tempo, foi necessário concretizar a reunificação alemã e criar as bases da adesão dos países da Europa Central que tinham saído do bloco socialista.
Eram muitas ambições em simultâneo, tendo em conta a pequenez do orçamento comunitário (apenas 1% do PIB) e o facto da maior fatia ser para pagar a política de agricultura e pescas, concebida para garantir a auto-suficiência alimentar da Europa e que, por isso, era dispendiosa.
A nova União Europeia aprofundou a sua integração e alargou ao mesmo tempo o respectivo espaço territorial, criando um vasto mercado de 500 milhões de pessoas e, no eixo central, um novo desequilíbrio: a CEE fora concebida para ter duas potências um pouco maiores do que as outras, mas de dimensão semelhante entre si, França e República Federal da Alemanha. Com a entrada do Reino Unido, desenvolvera-se entretanto um trio. Ora, após a reunificação, toda esta geometria foi alterada: a locomotiva do eixo Paris-Berlim tinha agora uma Alemanha bastante maior do que a França. A Itália também perdera influência e Londres opunha-se ao aprofundamento.


 

 

publicado às 18:34


Autores

João Villalobos e Luís Naves