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por Luís Naves, em 04.11.18

A arte, parece-me, tem muito a ver com a acumulação de experiências, de tentativas goradas, de momentos de reflexão, de falsas partidas, esforço desperdiçado, pensamentos esfarrapados, sonhos esquecidos, receios, hesitações, becos sem saída e, por vezes, muito raramente, de escolhas que fazem sentido. É fascinante a noção de serem poucos os artistas que se libertam da lei da morte. Num documentário sobre um ator famoso da minha idade, alguém dizia que a oportunidade que o transformou numa estrela surgiu após o enésimo fracasso, no exato momento em que, frustrado pelos sucessivos insucessos, ele ponderava desistir daquele trabalho. É perturbador pensar que podia estar no lugar da fama outra vedeta ou que, ao triunfar este ator, um desconhecido quase chegou lá e ficou apenas à porta.

publicado às 11:12



Autores

João Villalobos e Luís Naves