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Navegações

por Luís Naves, em 14.09.13

A hesitação do Presidente Obama no conflito na Síria está a ter  interpretações que considero um pouco exageradas. Em relação às chamadas 'primaveras árabes', a diplomacia americana tem mostrado ambiguidade e isto ficou exposto na linha dura contra Bachar al-Assad, a que se seguiu um recuo da administração. Mas este texto de Rodrigo Adão da Fonseca, em O Insurgente, tira do episódio conclusões tremendas. Ora, se o Presidente não tinha apoio do Congresso para atacar a Síria, Vladimir Putin foi amigo e resolveu-lhe um problema. E ver aqui um reaparecimento da Rússia e da sua zona de influência parece-me erro de análise, sobretudo quando se fala em declínio do Ocidente, pois a Rússia pertence ao Ocidente. O artigo no NYTimes não resolveu nenhum dos problemas estratégicos de Moscovo: péssima demografia, espaço a mais, vizinhos agressivos, competição da China, atraso económico, autoritarismo político.

Este texto de Paulo Gorjão, em Bloguítica, que comenta um artigo de Vasco Pulido Valente no Público, coloca o problema no seu devido lugar. Os Estados Unidos não deixaram de mandar no mundo e uma andorinha não faz a primavera.

 

Muito lúcido, este texto de Luís Menezes Leitão, em Delito de Opinião, sobre as eleições alemãs. A chanceler Angela Merkel prepara-se para vencer e continuam por cá análises míopes sobre as intenções alemãs na crise na zona euro. Os credores não vão mudar de estratégia e a tese do falar grosso com eles é uma ideia não testada, provavelmente má ideia. O que continua a estar em causa é a eventual saída de Portugal do euro, o que a meu ver seria um recuo de 30 anos. 

Também recomendo a leitura deste post de mr. Brown, em Os Comediantes. A questão do IVA da restauração é mais importante do que parece. Ela mostrará até que ponto a nova configuração do governo pretende cumprir os compromissos internacionais ou fazer uma espécie de dança com a troika e falar grosso. A flexibilização das metas do défice aumenta a dívida e Berlim acha que esta já não é sustentável. Cortar no IVA da restauração será uma das benesses´do alargamento do défice, por certo com oposição da troika. As próximas semanas serão mesmo interessantes.

E ainda a ligação a um excelente blogue, Divina Comédia, de José Ferreira Borges, com posts curtos e ideias claras.

  

publicado às 12:52


1 comentário

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De José Borges a 15.09.2013 às 17:57

Agradeço-lhe a elogiosa referência ao meu espaço de reflexão e de inquietude.

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Autores

João Villalobos e Luís Naves