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Pedaços do mundo e grãos de areia
Em 1807, com apenas 38 anos, Napoleão atingiu o zénite do seu poder, após concluir uma aliança com a Rússia que, na prática, dividia a Europa continental em dois blocos, estando a França transformada numa verdadeira superpotência. No ano seguinte, o imperador tomou uma das piores decisões da sua vida, ordenando a invasão de Portugal, o que desencadeou uma violenta guerra na Península Ibérica, onde os exércitos franceses viriam a perder um quarto de milhão de soldados. Na altura, o povo português apupou no cais de Lisboa as suas elites que embarcavam para o Brasil e foi um milagre a própria sobrevivência deste país periférico. Em 1815, faz agora dois séculos, Napoleão podia ter vencido os ingleses em Waterloo, caso os prussianos fossem afastados do campo de batalha, conforme o plano, mas dificilmente venceria os restantes exércitos que se aproximavam. Napoleão foi, sem dúvida, o líder que esteve mais próximo de obter a hegemonia europeia. Foi traído por erros mínimos: isso significa que as suas apostas eram desmedidas e que o seu império fora erguido no fio da navalha.