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Imaginação

por Luís Naves, em 01.09.15

Assim como um rio não é apenas a massa de água que vai montanha abaixo, mas tudo aquilo que ela transporta, a escrita abarca o que nos rodeia. A paisagem circundante também conta, o ambiente que se transforma e as pessoas à volta, os bosques e ainda os campos, a comunidade que nele se sacia. O rio leva consigo restos das montanhas de cima, a vasa de lama e os compostos orgânicos que se desagregam daquilo que morreu, mas dessa forma alimenta a vida mais em baixo, um pouco como a imaginação transfigura, sempre invisível na corrente, por ali oculta, mas tão leve que nunca se desperdiça, arrastada em turbilhão até onde possa servir como fertilizante. E este rio usa os canais que populações antigas construíram, segue leitos que podem mudar com os movimentos da terra, exerce um peso sobre o mundo, embora os rios mais fortes sejam sobretudo aqueles que se espalham gentilmente pelos vales que atravessam.

publicado às 13:45


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Autores

João Villalobos e Luís Naves