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Pedaços do mundo e grãos de areia
Os nossos avós viviam pouco tempo e sonhavam com a sobrevivência da colheita de cada ano, sem pensarem muito no ano seguinte, que pertencia ao longo prazo, e a sua existência era tão precária, que pouca gente se podia dar ao luxo de planear à distância ou de construir algo para as gerações seguintes. E, no entanto, a resignação à realidade era bem mais fácil do que nesta nossa época de ardor e cólera, onde nenhuma ambição é verdadeiramente satisfeita. A cada um de nós foi prometido meio mundo e consentida uma mera fracção. Podemos ver o grande bolo atrás da vitrina, na aparência bastará esticar a mão e será nosso, convenceram-nos de que estará disponível, mas é tudo uma construção ilusória, excepto para uns poucos que nem sequer andam saciados.