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A continuar esta cegueira (1)

por Luís Naves, em 04.05.16

A recusa do Grupo de Visegrad de aceitar quotas obrigatórias de refugiados (não previstas nos tratados) está a originar o argumento de que estes países não devem receber fundos comunitários (previstos nos tratados como compensação às economias mais pobres pela abertura dos seus mercados). O Partido da Lei e Justiça ganhou as legislativas polacas em Outubro, mas a decisão soberana de não receber refugiados é vista como algo que deve ser reprimido. As sondagens mostram que houve uma inversão em Setembro e Outubro, semanas antes da eleição: a Plataforma Cívica perdeu por causa da decisão do governo anterior de se abster na votação sobre as quotas obrigatórias, quebrando o entendimento que fizera com os restantes membros de Visegrad. Outro exemplo: a Áustria terá a segunda volta das presidenciais dentro de duas semanas e o candidato da extrema-direita pode ser eleito. O governo de Bloco Central não consegue apoiar um candidato, com o partido conservador a hesitar. Viena fechou as fronteiras e as notícias sobre a Áustria mostram já uma espécie de autocracia embrionária. O facto é que este país de 8 milhões de habitantes já recebeu 90 mil refugiados, só na recente vaga, proporção superior a 1% da população (seria o mesmo que Portugal receber 120 mil).

publicado às 19:40



Autores

João Villalobos e Luís Naves