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Islão radical

por Luís Naves, em 08.01.15

O Islão radical é uma ideologia fanática com escassas hipóteses de triunfar no mundo, mas a sua ascensão dentro das sociedades democráticas deve-se em grande parte à ingenuidade das elites intelectuais do Ocidente, sempre velozes a condenar uma inquietação popular que é fácil classificar de “xenofobia”. Os movimentos populistas e a extrema-direita têm aproveitado habilmente o conflito social e cultural que decorre no interior dos bairros mais pobres da Europa. Lembro-me que em França, nos anos 80, já era insuportável a hostilidade dos árabes em relação à população não muçulmana e ocorreu um fenómeno que os sociólogos da época tinham dificuldade em compreender: os operários, que votavam no PCF, passaram directamente a votar na Frente Nacional, grupo então associado apenas aos chamados ‘pieds noir’ (retornados da Argélia) e que teve os seus primeiros verdadeiros êxitos nestes anos. Nas décadas seguintes, muitas famílias muçulmanas integraram-se na sociedade francesa, mas uma parte significativa foi radicalizada quase em silêncio e as liberdades republicanas acabaram por ser suprimidas em muitos locais onde a polícia não entra e onde mandam os fanáticos.

publicado às 13:29


Autores

João Villalobos e Luís Naves